31 de maio de 2010

Do Portal Vermelho: "Israel ataca civis em missão humanitária"


Embarcação da “Frota da Liberdade", atacada por Israel

As Forças Armadas israelenses atacaram nesta segunda-feira a “Frota da Liberdade”, integrada por 750 pessoas em seis embarcações, que se dirigia a Gaza para prestar solidariedade à população palestina. A frota humanitária pretendia entregar mais de 10 mil toneladas de suprimentos na Faixa de Gaza. Segundo a TV israelense (Canal 10), no mínimo 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no ataque.


O porta-voz do Exército israelense, general Avi Benayahu, afirmou que o ataque aconteceu em águas internacionais. "O comando agiu em alto mar entre 4h30 e 5h, a uma distância de 70 a 80 milhas (130 a 150 km) de nossa costa", afirmou o general à rádio pública.

Segundo a imprensa israelense, as autoridades militares tinham duas opções: uma intervenção em alto-mar contra a pequena frota ou uma abordagem quando os barcos entrassem no limite de 20 milhas. Acabaram escolhendo a primeira.

Em entrevistas coletiva, o número dois do Ministério das Relações Exteriores israelense, Daniel Ayalon, destacou que seu país "fez todo o possível para deter" a frota, mas seus integrantes "responderam inclusive com armas".

Ayalon fez vagas acusações de que ativistas da frota estavam armados e que alguns deles mantinham relações com “organizações terroristas internacionais", como a rede Al Qaeda.

ANP

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nos territórios palestinos devido ao ataque. Em comunicado emitido na Cisjordânia, por meio da agência oficial palestina "Wafa", Abbas não anunciou, no entanto, uma interrupção do diálogo indireto de paz que mantém com Israel.

"O que Israel cometeu contra os ativistas da 'Frota da Liberdade' é um massacre", disse Abbas. Seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, qualificou a ação de "crime contra a humanidade, já que foram atacados ativistas que não estavam armados e tentando romper o bloqueio sobre Gaza fornecendo ajuda".

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, leu diante das câmaras um comunicado no qual assegura que "nada pode justificar" o "crime" cometido hoje por Israel. "Esse crime reflete mais uma vez a falta de respeito de Israel pelas vidas de civis inocentes e pelo direito internacional", acrescentou.

Um dos principais assessores de Abbas, o chefe negociador palestino Saeb Erekat, qualificou o ocorrido de "crime de guerra" que "confirma que Israel age como um Estado acima da lei". Ele pediu uma resposta "rápida e apropriada" da comunidade internacional.

"Eram embarcações civis, que levavam civis e bens civis - remédios, cadeiras de rodas, comida, materiais de construção - para os 1,5 milhão de palestinos fechados por Israel. Muitos pagaram com suas vidas. O que Israel faz em Gaza é horrível, nenhum ser humano esclarecido e decente pode dizer algo diferente", apontou Erekat.

O chefe do governo em Gaza do movimento islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, qualificou o ataque como "brutal" e convocou um Dia da Ira, ou seja, que os palestinos tomem as ruas em protesto pelas mortes.

Ele pediu à "comunidade internacional, principalmente as Nações Unidas, que ajam o mais rápido possível para proteger os navios e os ativistas e pôr fim ao bloqueio" que Israel mantém sobre Gaza há anos com a cooperação do Egito.

Além disso, pediu a Abbas que suspenda "imediatamente" o diálogo entre israelenses e palestinos com mediação dos Estados Unidos. Representantes da comunidade palestina com cidadania israelense convocaram para amanhã uma manifestação geral.

Repercussão

As mortes dos ativistas envolvidos na expedição de ajuda aos palestinos teve repercussão internacional. O governo do Paquistão condenou o uso de "força descarada" por parte de Israel contra uma "missão humanitária" que se dispunha a fornecer ajuda humanitária aos palestinos de Gaza.

O Ministério de Assuntos Exteriores da Turquia reagiu duramente ao ataque e, em comunicado, afirma que o governo israelense terá que enfrentar as consequências por seu comportamento.

O governo turco diz que o Exército israelense usou a força contra um grupo de ajuda humanitária, que inclui "idosos, mulheres e crianças" que viajam nos navios, o que considerou "inaceitável".

O Ministério de Assuntos Exteriores da Grécia iniciou um mecanismo de gestão de emergência com um telefone à disposição dos familiares dos gregos que estão na "Frota da Liberdade", pois três dos navios que a compõem procedem deste país.

Yanis Maistros, porta-voz em Atenas da seção grega da iniciativa, declarou que "os navios foram sequestrados"; e que "receberam disparos a partir de lanchas e helicópteros israelenses quando estavam navegando em águas internacionais, próximas ao litoral israelense".

Assim como os gregos, a comunidade europeia também reagiu ao incidente. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, pediu hoje às autoridades israelenses uma "investigação completa" sobre o ataque à "Frota da Liberdade".

O Líbano pediu a convocação do Conselho de Segurança da ONU. O Irã qualificou o ataque como desumano. O Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha classificou o ataque como um fato inaceitável. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner disse que nada justifica o uso de tal violência.

O ataque também mereceu enérgica condenação da Organização da Conferência Islâmica.
A “Frota da Liberdade” foi a segunda tentativa de romper o bloqueio à Faixa de Gaza, imposto por Israelo desde 2007. Entre o final de 2008 e o início de 2009, Israel realizou um massacre àquele território palestino, que deixou cerca de 1500 mortos.

O ataque revela o terrorismo de Estado de Israel e demonstra que o país não pretende permitir a libertação do povo nem a criação do Estado palestino.

Para o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Abreu Alemão, o ataque revela o verdadeiro caráter do governo de Israel que mantém uma ocupação a ferro e fogo do território palestino. Ele afirmou ainda que além de uma ação pacífica, a Frota da Liberdade tinha um significado simbólico. “O PCdoB se solidariza com as famílias das vítimas e se soma à denúncia contra o governo sionista de Israel”.

Da Redação com agências

27 de maio de 2010

Blog 'outroladodanotícia.com.br' destaca notícia do Estadão que aponta firme crescimento de Flávio Dino




Matéria assinada pela jornalista Luciana Nunes Leal, de O Estado de S. Paulo, informa que o pré-candidato Flávio Dino (PCdoB) cresceu cinco pontos, enquanto Roseana Sarney (PMDB) e Jackson Lago (PDT) ficaram estacionados.

Pesquisa interna do PCdoB mostrou a filha de Sarney com 48%. Em segundo ficou Jackson Lago (PDT), com 24%. Flávio Dino, em terceiro, tem 18%.

A peemedebista, assinala Luciana Leal, disputa com o comunista o apoio do PT na eleição para o governo do Maranhão.

Os comunistas comemoram o fato de que Dino cresceu cinco pontos e os adversários ficaram estacionados.

Fonte:http://www.outroladodanoticia.com.br

26 de maio de 2010

"A esperança ainda precisa vencer no Maranhão." afirma Secretário Nacional de Organização do PCdoB


Artigo publicado na segunda-feira pelo Secretário Nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, não tergiversa e pôe pingos nos 'i's sobre a questão eleitoral e política do Maranhão.
O título do artigo é:
'Maranhão: dois palanques favorecem Dilma e o Estado'

A esperança ainda precisa vencer no Maranhão. Com o povo que tem, a extensão do território e o volume de riquezas naturais, nada justifica os indicadores de desenvolvimento humano dos mais retardatários do país. Não é justo, não é aceitável, não é necessário.

Uma oportunidade como nunca antes se abre em outubro. Esperança de renovação política como condição para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Vários Estados do Nordeste tiveram essa chance e a aproveitaram, sobretudo nos anos benfazejos de Lula presidente. É hora do Maranhão. Não é questão de pressa – em que pesem quarenta anos de um mesmo grupo político no poder, com brevíssimo interregno – mas de oportunidade.

A disputa política que se institui no Estado, até no seio das forças que sustentam a caminhada de Dilma à presidência da República, é positiva e necessária. Em primeiro lugar, para a própria Dilma: dois palanques estaduais serão mais fortes que um único. É um caso em que 2 + 2 são 5: não subtrai de um lado nem de outro, e soma porque não deixa ninguém pelo caminho. Isso, num estado de divisões políticas radicalizadas, não é secundário. Em segundo lugar, favorecem o povo, indica-lhe que há mais de um caminho, além do poder que se perpetua. Sabe-se que tudo que permanece longo tempo se vicia, sobretudo em política. Isso cria visgo de interesses, bloqueia a iniciativa e a vida institucional, acaba por atrasar o desenvolvimento.

Aliás, dois palanques estaduais ocorrem em muitos Estados do país, e as forças que apóiam Dilma tiveram experiência em administrar as situações, respeito às particularidades. Também no Maranhão isso é necessário. Respeito pelo anseio de renovação presente, pela legitimidade da disputa política, e respeito entre os parceiros que sustentam Dilma. Que deixem o povo escolher a melhor via.

O Maranhão quer renovação. São poderosas e objetivas as exigências dessa renovação. Poderosas igualmente as forças que contrapõem à renovação todo tipo de obstáculos. O PCdoB nesse caso acredita ser indispensável disputar o governo para fortalecer a eleição de Dilma e o projeto nacional, com Flávio Dino.

Flávio Dino é quadro que raras vezes desabrocha no cenário político. Homem de capacidade, compromisso, inteligência, dinamismo, representatividade e liderança, sua candidatura ao governo será forte impulso para o Maranhão, para as forças progressistas desse Estado e para os interesses de todo o país.

O PCdoB e Flávio Dino dispõem-se, por isso, a sustentar o projeto de conquistar o governo com amplas forças políticas e sociais e formulando um programa de avanço para o povo maranhense. Querem representar o futuro político do Estado, promovendo uma renovação política que seja inclusiva de amplas forças, com respeito e convívio democrático em torno de projeto maior para o país, compreendendo as disputas políticas sem o sectarismo e as vicissitudes que têm marcado o cenário político no Estado. Não são anti-nada, tampouco são adesistas. Simplesmente querem reunir forças comprometidas com o futuro, mobilizar a energia das forças vivas do Maranhão, para pôr o estado em alinhamento e sintonia com o que acontece no país sob o governo Lula, e que deverá se aprofundar com Dilma Presidente. Dar, enfim, uma nova coluna para vertebrar a vida política no Maranhão.

Esse rumo tem ampla perspectivas, já demonstradas nas eleições de 2006 e 2008. PCdoB e PSB nuclearam um projeto eleitoral para 2010. Os dois encontros do PT deliberando somar-se a isso são auspiciosos, indicativos da vontade legítima da maioria e de suas bases sociais. Para além das siglas, reúnem-se ainda as forças dos movimentos sociais e da sociedade civil, prefeitos, círculos econômicos empresariais e outros partidos. Não há como socavar todo esse potencial no canal político estreito e entupido que marca a vida política no Estado. Aliás, PCdoB, PSB e PT estiveram juntos e galvanizaram a esperança para o povo porque, pela primeira vez, em 2006, se alternou o grupo político no poder do Estado das últimas quatro décadas.

Mais estrategicamente, grandes desafios se põem diante da nação brasileira neste momento. O mundo vive em aberta transição de correlação de forças, que traz instabilidades e oportunidades. A afirmação do Brasil tem se desenvolvido não sem grandes obstáculos postos pelas potências econômicas – em primeiro lugar os EUA. O mais certo nessa situação é fortalecer a esquerda brasileira, a frente de esquerda, um núcleo estratégico de esquerda no seio do futuro governo Dilma. Ao lado de assegurar governabilidade, para a qual fazem falta o PMDB e numerosas outras legendas politicamente de centro, democráticas e desenvolvimentistas do país. Essa união e fortalecimento da esquerda foi uma das reflexões apresentadas por Dilma Rousseff que levou o PCdoB a manifestar seu apoio, mais uma vez em todos os Estados. Por isso, fortalecer essas legendas, entre as quais o PCdoB, não é secundário.

Lula tem seus compromissos e devemos respeitá-los. Mas não é demais esperar do PT e de sua candidata a presidente, compreensão no sentido de que o fortalecimento dos partidos frentistas é uma premissa de qualquer aliança estratégica. Quando o PT deu as costas a esse entendimento, certo ou tarde houve prejuízo para si e para a esquerda em geral.

O PCdoB quer e vai disputar o governo do Maranhão por essa razão: fortalecer o movimento de mudança que o país vive e os maranhenses reclamam de modo profundo. O projeto do PCdoB no Maranhão é de caráter nacional. Estamos todos empenhados em lutar por ele, porque é o que melhor corresponde aos interesses da luta nacional para levar Dilma à Presidência da República, e o que mais profundamente corresponde aos interesses de renovação do desenvolvimento para o Maranhão e seu povo indômito.

Sorrentino é médico, nascido em 1954, paulistano, descendente de italianos de primeira geração. Formou-se em Medicina pela USP-Ribeirão Preto em 1977. Tornou-se comunista em 1972, membro do Comitê Central desde 1988, foi presidente estadual em SP 1992-2001 e atualmente é Secretário Nacional de Organização.

Fonte:www.http://www.vermelho.org.br/blogs/wsorrentino/

19 de maio de 2010

Jornalista Walter Rodrigues morre após Parada Cardíaca



RECEBO CONSTERNADO A NOTÍCIA DO FALECIMENTO SÚBITO DO JORNALISTA WALTER RODRIGUES.
VEJA ABAIXO OS DOIS ÚLTIMOS POSTS PUBLICADOS NO FAMOSO BLOG DO WALTER RODRIGUES:

*15-10-1950
+18-05-2010

http://www.walter-rodrigues.jor.br/

Bolsa Família não vicia

Uma pesquisa de órgão vinculado ao PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) conclui que o Bolsa Família de Lula não causa “dependência”, ou seja, não transforma seus beneficiários em preguiçosos ou pessoas sem iniciativa ou impulso para o progresso.

Dilma e a 'cooperativa'

Dilma passou de Serra também na pesquisa Sensus, que assim confirma a Vox Populi. Mas isso não quer dizer ainda vitória no primeiro turno. Marina, a verde, exibe 7 por cento. Dilma tem pela frente uma “cooperativa de candidatos”, à moda maranhense.

15 de maio de 2010

Da Carta Capital: 'Serra: o anti-Lula'



As eleições deste ano apresentam um quadro curioso: o candidato da oposição tenta ser situação. Faz um esforço danado para não se contrapor ao presidente Lula. Quer fazer a simulação de que a disputa se dará entre pessoas, entre ele e a candidata do governo, Dilma Roussef. Ao menos tem sido essa a movimentação do ex-governador de São Paulo, José Serra, mesmo que oriente seus cães de guarda para bater no presidente e em sua política, resguardando alguns pontos que considera imbatíveis, como o Bolsa-Família, por exemplo. Serra faz das tripas coração para não ter parecença com o anti-Lula. Quer individualizar a campanha, evitar a todo custo o confronto de projetos nacionais. Será que essa estratégia tem futuro? Não creio.

Serra é o anti-Lula, por obviedade. Lidera um projeto diverso daquele que vem sendo executado pela atual conformação de forças no poder, liderada pelo Partido dos Trabalhadores. Serra é o líder de um conjunto de forças sociais e políticas que representa inegavelmente o pensamento neoliberal no Brasil, pensamento que ganhou consistência exatamente nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, cujo personagem virou quase maldito hoje nas hostes do PSDB. Querem escondê-lo, mitigar o discurso dele, evitar que ele fale exatamente por conta da estratégia serrista. Se Collor foi o marco inaugural do neoliberalismo tardio no Brasil, o PSDB, com FHC à frente, Serra então como ministro, foi o verdadeiro condutor desse projeto no País.

O PSDB foi competente na condução da política neoliberal, isso ninguém pode esconder. Collor foi uma figura tosca, sem consistência, dada ao espetáculo, embora procurasse dar os primeiros passos para fazer avançar o pensamento neoliberal no Brasil. Caiu da forma que se sabe, e não compensa gastar mais tempo para explicar o episódio do impeachment. O neoliberalismo, com sua face cruel, fria, perversa veio com toda carga sob a direção do PSDB, e seu condottiere foi exatamente FHC. Durante os oito anos do PSDB, quase que o País vai à falência. Com a ideia básica de que o mercado tudo pode, com a afirmação do Estado mínimo, fez-se a privatização criminosa que se conhece, endividou-se o País da forma que se sabe, nos colocaram de joelhos diante do FMI, tudo com as graves consequências sociais, por demais conhecidas.

O governo Lula, e não poderia ser diferente, fez o contrário disso. O projeto encabeçado pelo PT, cuja execução iniciou-se em 2003, com a posse de Lula, que eu prefiro chamar de projeto da revolução democrática, seguiu roteiro inverso ao do PSDB. Nele, o Estado passa a ter outra dimensão. Não se trata mais do Estado mínimo. Havia que se reestruturar o Estado no País, depois do furacão neoliberal peessedebista. Não é por acaso que uma das críticas centrais do PSDB ao governo seja exatamente o do “inchaço da máquina”, tradução da incorporação de milhares de pessoas via concurso para garantir serviços de boa qualidade e para assegurar capacidade técnica ao Estado para cumprir as metas de melhorar a vida do povo brasileiro.

Para o projeto da revolução democrática, não se tratava mais de usar os fundos públicos para satisfazer os apetites do grande capital, característica do governo do PSDB. Agora, tratava-se de desenvolver políticas sociais capazes de enfrentar a tragédia da profunda desigualdade social existente no País, usar os fundos públicos para isso, e garantir assim a inclusão de milhões de pessoas à cidadania ativa porque com fome é difícil exercer a cidadania. O projeto da revolução democrática leva a sério a ideia de fazer do Brasil um país justo para todos, e para tanto leva em conta a desigualdade e as disparidades de gênero, de raça e até mesmo as diferenças regionais. É dessa maneira que devem ser encarados o Bolsa-Família, o Prouni, o Pronaf, o aumento do salário mínimo acima da inflação, entre outras medidas que tem assegurado que milhões de pessoas ascendam de modo mais pleno à cidadania.

Dessa maneira, olhados os contornos dos dois projetos, seria possível reduzir o embate eleitoral apenas a um cotejamento de personalidades, como pretende Serra? Seria possível escamotear a existência de dois projetos distintos para o País? Não creio. O povo brasileiro, nas eleições presidenciais, tem votado em projetos, sem que naturalmente desconsidere as características individuais de cada candidato. Se um projeto está dando certo, se tem efetivamente melhorado a vida das maiorias, estas maiorias normalmente optam pela continuidade porque tem razões de sobra para tanto. Creio que o comando da campanha do PT sabe que não deve deixar o debate caminhar apenas para o terreno das personalidades, embora não possa deixar de tratar das tantas qualidades, dos tantos atributos de Dilma Roussef.

Serra não poderá esconder o seu programa para o Brasil. E não poderá dizer que vai continuar o governo Lula. Se o fizer, joga água no moinho de Dilma. Afinal, entre a cópia e o original, o povo preferirá o original. E mesmo que o faça, não terá credibilidade para isso. Todo mundo reconhece nele a continuidade do governo FHC, com suas adaptações para a conjuntura em que vivemos. Não poderá tentar vestir a camisa do Estado forte, como chegou a propagar no lançamento de sua candidatura, quando se sabe que o ideário dele e de seu partido está profundamente vinculado ao Estado mínimo, com todas as suas consequências. Aquela afirmação, a do Estado forte, constitui uma vacina ao programa de Dilma que, aliás, foi violentamente atacada pela mídia ao defender a mesma idéia, aí com absoluta propriedade pelo fato de o governo Lula ter, nesses dois mandatos, se oposto à mitigação do papel do Estado, não ter privatizado nenhuma empresa estatal e ter fortalecido os serviços públicos.

Serra, quando a sua equipe econômica falou à agência Reuters recentemente, deixou claro o quanto está comprometido com o programa neoliberal, ao contrário do que quer fazer parecer. Isso foi revelado em artigo de Emir Sader, publicado pela agência Carta Maior, em 6 de maio deste ano. Primeiro, ele faria um duro ajuste fiscal. Promoveria a renegociação de contratos e o corte de despesas públicas, conforme um receituário antigo do FMI. Serra é mais real do que o rei. Nem sei se o FMI, a essa altura, exigiria isso de um Brasil que tem lhe emprestado dinheiro. Seria o que os tucanos gostam de chamar de choque de gestão, sempre um choque que afeta duramente o povo, com trágicas conseqüências sociais. “As despesas da maquina pública estão sob um controle muito frouxo”, disse a fonte tucana à Reuters, que é critica também em relação ao que chama de aumento das despesas públicas.

Diz ainda a mesma fonte, que o papel dos bancos públicos será “relativizado”, um claro recado ao mercado. Aí, Serra quer dizer que seguirá o mesmo receituário do governo de São Paulo, quando ele privatizou o Banespa, e colocou a Nossa Caixa à venda, essa, para sorte do povo, resgatada pelo Banco do Brasil. Na visão tucana, o fortalecimento dos bancos públicos contribuiria para “aumentar a pressão inflacionária”. Tudo, como se vê, de acordo com o receituário neoliberal. Imaginemos nós o que seria do Brasil face à crise econômica que começou em 2008 se não contássemos com os bancos públicos.

Diz a fonte tucana que os bancos públicos “não precisam ter uma política tão protagonista neste pós-crise”. Ou seja, vamos privatizar os bancos públicos, já que não há mais crise. Se vier outra crise, e o capitalismo vive delas, bem, aí veremos o que fazer… E aí, quem sabe, fariam o mesmo que fizeram durante a gestão tucana, particularmente o desastre de 1998/99, quando quase faliram o País. Na entrevista, a fonte tucana, ecoando o pensamento serrista, diz que foram exagerados os estímulos fiscais dados pelo governo Lula durante a crise recente. “Não precisava dar para toda a linha branca e depois para os móveis”. Tucano acredita sempre que o mercado tem soluções mágicas para as crises. Tivesse, e o Estado, no mundo, não teria que intervir tão fortemente como teve de fazê-lo para fazer frente à crise.

Se alguém quiser se enganar, que se engane. Não há dúvida: o PSDB tem um projeto claro para o Brasil. Serra é a continuidade de FHC, é a continuidade daquele projeto. As biografias individuais devem ser levadas em conta, naturalmente. E não deve haver qualquer receio de comparações. Afinal, a tentativa de pretender uma Dilma inexperiente, por exemplo, é de um primarismo completo. Ela tem uma longa vida política e administrativa.

E Lula, antes, aliás, não havia ocupado nenhum cargo executivo, e se tornou o maior presidente da República que o Brasil teve. Essas comparações de biografias, no entanto, não podem nem devem ser o centro da campanha. O que temos de ressaltar é que há um projeto Lula – vamos chamar assim para efeito simbólico – com todas as suas extraordinárias e positivas conseqüências para o povo brasileiro, e um projeto Serra, neoliberal, o anti-Lula, cujo impacto negativo o Brasil conheceu e não gostou. O que está em jogo é se continua a revolução democrática em curso, ou se ela é estancada pelo projeto neoliberal, pelo anti-Lula.

Por Emiliano José, na revista CartaCapital

14 de maio de 2010

Do Vermelho: 'Apesar dos tucanos, PT levou programa com Dilma à TV'


O PT levou ao ar na noite desta quinta-feira (13) seu programa de 10 minutos em rede nacional de TV, apesar da representação do PSDB no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), solicitando a cassação do programa. Os tucanos argumentavam que nas inserções transmitidas na sexta-feira passada (8), o PT tinha feito propaganda eleitoral ilegal de sua candidata presidencial, Dilma Rousseff. A intenção se frustrou porque o TSE deixou para julgar a ação depois do programa ir ao ar.

Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dividiram os papéis principais na gravação. Mas a vida e a carreira da pré-candidata foi o guia do roteiro, para a irritação dos oposicionistas. Lula e sua ex-ministra, primeiro das Minas e Energia e após 2005 chefe da Casa Civil, foram gravados em planos fechados, buscando um contato direto com o público.

Mineira e gaúcha, "uma bela mistura", diz Lula

"Dilma nasceu em Minas Gerais e cresceu politicamente no Rio Grande do Sul. Tem a ternura dos mineiros e a intrepidez dos gaúchos, o que é uma bela mistura", afirma Lula, entre outros elogios. As duas cenas externas em que a ministra conversa com gente do povo, beneficiada pelo programa Luz Para Todos, foram gravadas nos dois estados.

Além dos dois protagonistas, apareceram no programa os ministros petistas Fernando Haddad (Educação), Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento), assim como o presidente do partido, José Eduardo Dutra. Todos, em falas curtas, destacaram as qualidades da ex-ministra.

A biografia de Dilma é mostrada desde a resistência à ditadura militar. "Eu lutei pela liberdade e a democracia", afirma a pré-candidata em uma passagem, respondendo ao discurso de direita que a apresenta como "terrorista". "Quando o Brasil mudou, eu mudei, mas nunca, nunca mesmo, mudei de lado", acrescenta.

O programa, porém, mostrou cuidados para não afrontar a legislação. Não mencionou as eleições de outubro. Não pediu votos. Nem sequer apresentou Dilma como pré-candidata à Presidência, escolhida por aclamação no Congresso Nacional petista de fevereiro. Limitou-se a dizer que o modelo do governo Lula "precisa ser aprofundado e acelerado nos próximos anos".

As críticas à oposição tamnbém foram comedidas. A passagem mais forte foi a que contrasta o período de "FHC e Serra" com o de "Lula e Dilma", mas aí são os números que produzem a contundência.

Para o PSDB, "propaganda escancarada"

A representação do PSDB invoca o artigo 45 da Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), que fala dos objetivos dos programas partidários em rede de TV. Sustenta que " é escancarada a intenção da propaganda partidária impugnada em promover a pessoa e enaltecer a candidata apoiada pelo Governo Lula (Dilma Rousseff) perante o eleitorado, apontando-a como a pessoa mais apta para “fazer mais” e ”não deixar o Brasil voltar ao passado””.

O partido afirma ainda que as mensagens oo PT “se assemelham em muito com o discurso que há muito o presidente Lula tenta inculcar nos eleitores de todo o país.”

O corregedor geral eleitora, Aldir Passarinho, acatou os argumentos tucanos e pediu que o TSE julgasse a representação. O Tribunal, no entanto, programou sua agenda de forma que inviabilizou a intenção tucana de cassar o programa do PT.

Tanto o PSDB como o DEM e o PPS têm recorrido assiduamente ao Judiciário para questionar atos do campo de Lula e Dilma, alegando que representam uma antecipação ilegal da campanha eleitoral. Lula já recebeu, com bom-humor, duas multas, de valores modestos, por passagens de discursos onde o TSE viu intenções eleitorais. Dilma não foi punida.

Atualização
Uma hora depois do programa petista ir ao ar, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral decidiu multar o partido, em R$ 20 mil, e Dilma, em R$ 5 mil. O TSE também suspendeu o programa da sigla no primeiro semestre de 2011.

Da redação, com agências

Fonte: www.vermelho.org.br

9 de maio de 2010

Dia das minhas Mães


Olha, gente, hoje é dia das Mães. To aqui na casa de minha sogra. Já comi pato,um porquinho ao vinho e pra completar creme de camarão.
Tudo com 'cerrejinha' e cocão.
Tá tudo muito bom, Tá tudo muito bem, mas realmente, mas realmente... acho que vou pegar aquela redinha ali. Tá me chamando. Sabe como é?
Estão comigo D. Carmelita, Lúcia, Lilian, Francy, Carol, e Bebeta.
Mas, ... quero dizer agora FELIZ DIA DAS MINHAS MÃES!!!!!!!!!

4 de maio de 2010

Eleições democráticas em Cuba, sim.


Quando faltava uma hora para o fechamento dos colégios tinha votado cerca de 88% dos eleitores inscritos para escolher os 2,121 vereadores pendentes, após as eleições de 25 de abril • Os resultados finais serão informados na tarde da segunda-feira, 3 de maio

ATÉ às 17h do domingo 2 de maio, tinham votado 1.624,243 cidadãos, isto é, 87,65% das mais de 1.853,000 pessoas inscritas no Registo de Eleitores, atualizado para as demarcações envolvidas no segundo turno do atual processo eleitoral, com o objetivo de eleger 2,121 vereadores das Assembleias Municipais do Poder Popular que ficaram pendentes do primeiro turno.

O vice-presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), Rubén Pérez, disse que esse resultado foi excelente para esta segunda votação. E informou à imprensa que em cinco províncias se registou uma assistência superior a 91% e que, tal como na semana anterior, tudo correu conforme o previsto.

Ao fechamento da presente edición a CEN examinava os dados da última hora da votação nos 5,900 colégios eleitorais de 166 municípios abertos nesta oportunidade e começava a receber e processar os dados correspondentes aos escrutínios.

Na tarde da segunda-feira, 3 de maio, seriam informados os resultados finais do segundo turno, que incluem os delegados eleitos e, se fosse necessário, a realização de um terceiro turno em alguma circunscrição, caso se produzir, excepcionalmente, um novo empate.

Fonte: Jornal Granma
SUSANA LEE