29 de janeiro de 2010

Cultura terá maior orçamento da história; R$ 2,2 bilhões



O Ministério da Cultura (MinC) terá pouco mais de R$ 2,2 bilhões para utilizar em 2010. É o maior orçamento da história do ministério. O montante consta na peça orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional e representa mais que o dobro do que foi aplicado efetivamente pelo órgão no ano passado. Em relação ao montante previsto no projeto também aprovado pelo Congresso para 2009, o valor é 64% maior. Os dados não incluem as aplicações da Lei Rouanet.

De acordo com assessores do ministro da Cultura, Juca Ferreira (foto), o aumento da verba da pasta é resultado da necessidade de atingir recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) de destinar, no mínimo, 1% do orçamento do país à cultura.

“Este orçamento corresponderá, estimativamente, a cerca de 0,7% das receitas totais de impostos da União neste ano. Em 2003, quando o governo Lula assumiu, a Cultura recebia exíguo 0,2% dessa receita. Constitui-se, assim, em um ensaio que se aproxima do patamar mínimo para a cultura”, diz a assessoria.

Além disso, informa o ministério, o salto orçamentário decorre da efetivação, em 2010, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), criado em 2009, e que implanta a gestão em rede dos museus sob responsabilidade federal. Outro ponto que, segundo a assessoria, justifica o aumento dos recursos é o reforço de orçamento em unidades e programas cujos recursos têm sido “flagrantemente desproporcionais” à sua importância para a cultura e as artes brasileiras.

O principal programa tocado pelo MinC é o “Engenho das Artes”. Em 2010, cerca de R$ 612,2 milhões serão destinados ao programa, cuja finalidade é implantar e modernizar espaços culturais em todo o país, capacitar artistas, técnicos e produtores de arte, fomentar projetos, estudos e pesquisas em cultura, etc.

No ano passado, dos R$ 273,8 milhões previstos para o programa, metade foi efetivamente desembolsada, incluindo os “restos a pagar”: empenhos não pagos até o fim do exercício e rolados para o ano seguinte. Se considerados os empenhos (reservas em orçamento), 73% da dotação autorizada foi comprometida.

A assessoria do MinC destaca dados do IBGE, que apontam falta de cinema, teatro ou qualquer tipo de espaço multicultural em 90% dos municípios brasileiros. Sobre a execução do programa “Engenho das Artes”, a assessoria afirma que, em 2009, do orçamento autorizado – R$ 273,8 milhões – foram liberados efetivamente R$ 210,6 milhões.

“O ‘orçado’, obviamente, representa uma figura financeira idealizada, enquanto o ‘liberado’ retrata o efetivamente disponibilizado para gastos. Destes, R$ 208,8 milhões foram empenhados, o que corresponde a 99%”, assegura a assessoria, em contestação às informações oficiais registradas no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), apresentadas pela reportagem (veja a tabela).

Outro programa que deve ter grande parte dos recursos do ministério é o “Brasil, Som e Imagem”. O programa deverá receber R$ 204,3 milhões para aplicar em ações de modernização de centros técnicos, instalação de escritórios regionais da Agência Nacional do Cinema (Ancine), capacitação de artistas, técnicos e produtores na área de audiovisual, fomento à distribuição e comercialização de obras cinematográficas no país e no exterior, entre outras. No ano passado, o programa aplicou 94% dos R$ 218,9 milhões autorizados no orçamento.

Nos últimos anos

Em média, a verba desembolsada pelo MinC nos últimos sete anos representou 68% do orçamento autorizado para a pasta nos exercícios. Em 2003, por exemplo, dos R$ 634,6 milhões autorizados para o órgão (em valores atualizados), 58% foram aplicados, incluindo restos a pagar. No ano passado, do R$ 1,4 bilhão previsto, 76% foi efetivamente gasto – melhor desempenho desde 2001 (veja a tabela). Nos últimos nove anos, a Cultura já desembolsou R$ 5,8 bilhões.

As despesas globais do ministério com pagamento de pessoal, despesas correntes (água, luz, telefone, etc.), investimentos (execução de obras e compra de equipamentos), entre outros, cresceram 191% desde 2003, primeiro ano de governo Lula. A pasta viu suas aplicações saltarem de R$ 366,2 milhões, há sete anos, para R$ 1 bilhão em 2009.

Não foram considerados os valores investidos pelas empresas estatais (Petrobras, Correios, Banco do Brasil, etc.), que não informam, no Siafi, suas aplicações. Também não estão incluídos os gastos efetuados por estados e municípios e os decorrentes da Lei Rouanet, que canaliza recursos para o desenvolvimento do setor cultural por meio de incentivos fiscais a pessoas físicas e empresas interessadas.

Fonte: Contas Abertas

Charge de Aroeira para o Jornal do Sul


O presidente Lula passa bem após o descomforto que passou. Muita gente falou disso. Olha essa Charge aí.

28 de janeiro de 2010

Do Vermelho: 'Lula, o Filho do Brasil será exibido em caravanas pelo país'


Desde sua estreia, o longa “Lula, o filho do Brasil”, de Fábio Barreto, atraiu cerca de 800 mil pessoas ao cinema. O público é bem acima da média nacional (em 2009, apenas quatro produções tiveram desempenho superior), mas abaixo das altas expectativas dos produtores que chegaram a falar em 20 milhões de espectadores. Para reverter a situação, o produtor Luiz Carlos Barreto explica que vai criar uma espécie de caravana que vai percorrer as cidades brasileiras sem salas de cinema exibindo “Lula”.

Veja abaixo entrevista com o produtor:

O Globo: Como o senhor avalia o desempenho de “Lula, o filho do Brasil” até agora?

Luiz Carlos Barreto: Eu acho o desempenho do filme muito abaixo daquilo que a gente esperava, mas muito acima do que se pode chamar de fracasso. A média de público no Brasil, não apenas de filmes brasileiros, mas de qualquer filme lançado, é de 220 mil espectadores por filme. Nós estamos em 800 mil.

O Globo: Mas o que o senhor acha que aconteceu para o público do filme ficar abaixo do esperado?

Luiz Carlos Barreto: Houve vários erros. O primeiro foi realmente termos aceitado exibir o filme na abertura do Festival de Brasília. Brasília é a capital política do país, e, naquela altura, já surgiam os primeiros comentários de que o filme teria uma influência nas eleições. Estávamos entrando na arena dos leões. Além disso, a data era muito longe do lançamento. O filme teve uma exposição a partir de Brasília que só se justificaria se lançássemos uma semana depois.

Com o “Tropa de elite”, por exemplo, assim que surgiu o fato da pirataria, deflagrando uma mídia grande, eles anteciparam o lançamento. Nós poderíamos ter tido um pouco mais de audácia e fazer o mesmo. Se fizéssemos, também teríamos evitado a onda do “Avatar”, que foi subestimado, não só por nós, mas por todo mundo. A gente achou que o “Lula” seria a grande novidade. Aí comprovou-se que “Avatar” não era apenas um grande evento, mas também um muito bom filme.


O Globo: O lançamento em 1o. de janeiro, então, foi ruim para o filme?

Luiz Carlos Barreto: A data não era propriamente para um filme com a natureza do “Lula”. Ela pode ser uma boa data para filmes de aventura, comédias, infanto-juvenis ou filmes para toda a família. O “Lula”, sendo um filme de grande emoção deveria estrear depois das férias, quando a população estivesse no ritmo de vida mais normal. Foi um erro de avaliação coletiva, de produtores, distribuidores e exibidores.

O problema é que a polêmica o transformou num filme político. E filme político é um saco, ainda mais nas férias. O cara não vai sair da praia, tomar seu chope e ir ao cinema assistir a um filme político. Ele pode até fazer isso em outra época, mas não nas férias.


O Globo: Em quantas salas o filme está sendo exibido hoje?

Luiz Carlos Barreto: Em 202 salas. São 150 a menos do que na estreia. Mas eu acho que ainda dá para enxugar mais. Há estudos que dizem que é a partir da quinta semana que um filme mostra seu potencial. É essa a estratégia que estamos adotando. Além do mais, sabemos bem que o grande público do filme não tem poder aquisitivo suficiente para ir aos cinemas. Faz parte, então, de uma das nossas estratégias, a principal, de ir ao encontro do público que não pôde vir ao encontro do filme.


O Globo: Como isso será feito?

Luiz Carlos Barreto: O projeto está sendo elaborado, ainda nem tem nome, mas devemos lançá-lo em março. O último Censo indicou que Brasil tem um total de 57 milhões de pessoas que moram em cidades de 20 mil a 500 mil habitantes sem cinemas. Já temos pelo menos 12 unidades de caminhão com projetor, tela e cadeiras para operar.

Vamos levar esses caminhões para essas cidades. Não será um projeto só para o “Lula”. Nós descobrimos que existe um mercado real que está fora do circuito. Nós temos que chegar a esse mercado, com nossos filmes e também com os filmes de outros produtores. A ideia é criar uma empresa nova de exibição.

O Globo: Vocês vão cobrar ingresso ou haverá patrocínio?

Luiz Carlos Barreto: Nós vamos cobrar ingressos a preços populares, o que vai variar dependendo do lugar. O projeto é nosso. Mas, na medida do possível, teremos patrocínios regionais e talvez alguns nacionais.


O Globo: É um projeto de longa duração, não?

Luiz Carlos Barreto: Sim, isso demora, pode levar mais de um ano. A gente vai começar pelas cidades de 100 mil a 500 mil, depois de 50 mil a 100 mil, e por fim de 20 mil a 50 mil. Será um programa de inclusão social.

O Globo: Qual é a expectativa de público com o novo projeto?

Luiz Carlos Barreto: Entre 10% e 20% do número total de 60 milhões. É uma meta. Nós já havíamos feito algo parecido no Rio Grande do Sul, com operadores locais, na época do lançamento do “ Quatrilho” (1994). Depois de exibirmos o filme em circuito convencional, nós o exibimos num circuito volante. Desta vez será parecido. Para cada região haverá um grupo operador.

23 de janeiro de 2010

Em decisão histórica, centrais sindicais do Brasil convocam Conferência Nacional da Classe Trabalhadora


Em reunião realizada nesta quinta-feira, 21, em São Paulo, o Fórum das Centrais Sindicais (composto pela CTB, CUT, FS, UGT, NSC e CGTB) resolveu convocar para o dia 1º de junho uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (CONCLAT/2010).

Na opinião do presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião será um marco na história do movimento sindical e terá uma importância política extraordinária para o país.

Os sindicalistas também decidiram realizar uma manifestação unificada dia 2 de fevereiro no Congresso Nacional, em Brasília, em defesa redução da jornada de trabalho sem redução de salários, bandeira histórica do movimento operário, que foi a principal reivindicação da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no dia 11 de novembro em Brasília.

PROTAGONISMO

A CTB já defendia em dezembro de 2007, durante seu congresso de fundação, a realização de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Para Wagner Gomes, a iniciativa tomada em conjunto pelas centrais irá unificar o movimento sindical brasileiro, de modo a elevar o protagonismo da classe trabalhadora na vida política nacional, bem como sua influência nas eleições deste ano.

Ao sublinhar o caráter histórico da decisão, o presidente da CTB, Wagner Gomes, esclareceu que “o objetivo da Conferência será debater e expor ao Brasil a visão da classe trabalhadora sobre um novo projeto de desenvolvimento nacional. Vamos elaborar um documento com propostas unificadas que visam o desenvolvimento nacional e a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.

ESCOLHA DO PRESIDENTE

“Defendemos um projeto de nação”, acrescentou, “fundado na valorização do trabalho e numa distribuição mais justa da renda nacional, que é produzida pela classe trabalhadora. Estou convencido de que o fato de as seis centrais sindicais redigirem esse documento é um acontecimento histórico, pois por meio dele iremos participar ativamente da disputa eleitoral de 2010, com a classe unida e a opinião dos trabalhadores muito bem definida. Isso é motivo de comemoração, é um grande feito político”.

As centrais pretendem reunir mais de 10 mil lideranças sindicais de todo Brasil na Conferência que vai debater e aprovar o documento unitário das centrais e definir o apoio a um candidato ou candidata à presidência da república que dê continuidade ao projeto político implementado no país desde 2002 e aprofunde o processo de mudanças.


Para o representante da CTB no Maranhão Júlio Guterres, a realização da CONCLAT é fundamental porque possibilita a participação das sindicais nas questões de interesse do trabalhador.

“Ratifico que essa Conferência é uma vitória histórica. Desde que fundamos a CTB está programada uma CONCLAT, pois essa é uma forma de unificar uma plataforma política para as centrais sindicais”, observa Júlio Guterres.

No contexto político brasileiro, que este ano terá eleição presidencial e para os governos estaduais, Guterres diz que a CTB dará apoio ao candidato que represente a continuação da política iniciada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 2002.

“A tendência é que o apoio vá para candidatos que continuem desenvolvendo um projeto político. O presidente Lula contribuiu para esse desenvolvimento. Em seu governo foram gerados muitos empregos, os trabalhadores tiveram espaço e, tanto as centrais quanto a CTB, buscam um candidato que também continue trabalhando por isso”, conclui o representante da CTB no Maranhão.

Wagner Gomes reitera que as centrais vão elaborar um documento que baseará a escolha do candidato que vai receber o apoio.

“O documento das centrais, depois de aprovado, servirá como base para avaliar qual candidato ou candidata à Presidência da República terá condições de implantá-lo e quem merece o apoio da classe trabalhadora. A convocação da nova conferência é um grande acontecimento. Deve ser destacado em letras garrafais pelo movimento sindical brasileiro”, arrematou Wagner Gomes.

Fotos: 1. Júlio Guterres, presidente da CTB no Maranhão; 2. Fórum das Centrais em São Paulo.
By: Nílton Santos e CTB

22 de janeiro de 2010

Do Blog do Décio Sá: "Castelo demite Othelino da Secretaria de Governo"


O prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), exonerou no último dia 4 Othelino Neto da Secretaria de Governo. A informação consta do Diário Oficial do Município do dia 12 de janeiro (reprodução). Além do tucano, o ato está assinado pela secretária de Administração, Maria Margareth Reis.

O que gerou a demissão “a pedido” de Othelino foi uma lei aprovada ano passado na Assembleia Legislativa proibindo funcionários de carreira do TCE de ocuparem cargos na esfera municipal. De acordo com a lei, que começou a valer este ano, os servidores da Corte de Contas maranhense só poderão ocupar funções de ministro, secretário da Presidência da República, secretários estaduais, reitor e vice-reitor. No âmbito dos municípios, a proibição é total.

Por conta disso, 13 servidores terão de retornar até o fim do mês ao TCE, entre os quais Othelino. Concursado, o ex-secretário ocupa o cargo de técnico de controle externo no tribunal. Ele, porém, pediu icença sem vencimentos já concedida, mas não poderá exercer nenhum outro cargo na administração pública.

Na mesma situação está o controlador do município de Imperatriz, Cândido Madeira Filho, parente do prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Ele terá de deixar o posto até o fim do mês sob pena de perder o cargo no TCE.

No caso de Othelino, a Assembleia acabou foi fazendo um grande favor para Castelo. Desde o ano passado o prefeito vinha tentando se livrar do auxiliar, mas sempre colocava o pé no freio por conta da ajuda recebida na campanha. A exemplo dos ex-secretários Aderson Lago (Casa Civil) e Weverton Rocha (Esporte e Juventude), já denunciados à justiça com pedido de prisão preventiva, Othelino vem sendo investigado pela polícia acusado de comandar uma quadrilha que desviou milhões na Secretaria do Meio Ambiente (Sema) nos governos Jackson Lago (PDT) e José Reinaldo (PSB).

Ontem, por exemplo, o constrangimento foi geral na Prefeitura de São Luís quando policiais chegaram ao local para intimar a chefe de gabinete do ex-secretário Érica Maia. Ela trabalhou com ele também na Sema. O depoimento dela está marcado para as 10h desta sexta-feira na Secretaria de Segurança. Portanto, como este este post está indo ao ar às 10h45, o depoimento já deve ter começado.

Fonte: http://colunas.imirante.com/decio/2010/01/22/castelo-demite-othelino-da-secretaria-de-governo/

21 de janeiro de 2010

Caroline Porto gradua-se em Direito

Aos 21 anos, Caroline Porto é a mais nova bacharéu em Direito na cidade de São Luís. Com muito êxito ela concluiu o Curso no UNICEUMA e prepara-se agora para enfrentar o que a profissão exige para se atingir degraus mais altos na vida pessoal e profissional.
Parabéns Dra. Caroline Porto.
Estive na festa e postei abaixo alguns momentos inesquecíveis:

1.Carol Linda;

2.Caroline eo Tio Ivaldes Jr., valsando;

3. Caroline e a Mãe, Lilian Porto;

4. Mesa: Jornalista Marden Ramalho, Dr. Cartágenes e Delta Porto, Carmelita Porto, Fábio Porto e Maria Eugênia(de Belo Horizonte/MG) ;

5. Caroline, Delta, Dr. Cartágenes e Carmelita Porto;

6. Marden Ramalho e sua Lucinha Porto.

"PDT fortalece palanque de Dilma", diz manchete do Blog do Zé Dirceu


O importante apoio do PDT aprovado por sua Executiva Nacional à candidatura Dilma Rousseff vem na hora exata. Só confirma que a candidata para suceder e dar continuidade ao governo do presidente Lula - já apoiada por unanimidade pelo PT - terá um amplo arco de alianças que incluirá o PC do B, PR, PRB, PP e o PMDB.

Terá, assim, uma coalizão com capilaridade nos municípios e Estados, lastreada por vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, diretórios municipais e regionais, militantes e ativistas. Em síntese, Dilma já tem voto e base social.

Falta agora conquistar o apoio do PSB. Vamos disputá-lo, então, e ganhar nas bases do partido. Vamos construir essas alianças Estado a Estado para juntos elegermos governadores, senadores e deputados, consolidando os palanques estaduais com todas as legendas da coalizão atual de governo para dar continuidade ao projeto político liderado pelo presidente Lula.

Aqui, céu de brigadeiro; do lado de lá, confusão

O quadro está favorável a isso. Enquanto o PDT aprova o apoio a Dilma, o PMDB pede para acelerar a definição da aliança e do candidato a vice-presidente. No PSB cresce o movimento para definir já em fevereiro a coligação com o PT e o apoio à candidata do presidente da República.

Enquanto do lado de cá há céu de brigadeiro, o PSDB se debate no Rio e não consegue um palanque para seu candidato - e da oposição - José Serra. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) admite disputar o governo do Rio, mas avisa que fará campanha para o nome de seu partido ao Planalto, senadora Marina Silva (PV-AC).

Já o PV se recusa a aceitar na coligação o ex-prefeito carioca, César Maia, como candidato ao Senado. Isso depois de 10 anos de aliança com o PFL (hoje DEM) e com o próprio Maia. Os verdes do Rio querem se livrar da maldição do DEM e distância dos ex-aliados. E bota aliado nisso... Foram 10 anos de casamento e de intimidade!

Fonte: www.zedirceu.com.br

19 de janeiro de 2010

Editorial do Vermelho: "No Haiti, miséria da disputa pelo poder sobre os miseráveis"

O terremoto que arrasou a capital do Haiti não pôs abaixo apenas prédios e casas, ceifando a vida de dezenas de milhares de haitianos. Ele ruiu as já frágeis instituições de um Estado em permanente crise, corroído pelas dificuldades históricas de constituição de uma nação que emergiu de uma revolução escrava, com população negra e explorada por países ricos.

As imagens de destruição, dor e revolta que vemos na televisão são o ápice de uma situação que já era deplorável, mas ignorada pelo mundo. A catástrofe que atingiu Porto Príncipe colocou o Haiti, seus problemas e seu povo no centro das atenções deste mundo guiado pelo instantâneo.
Antes da tragédia, poucos tinham interesse no futuro do Haiti. A Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti - Minustah - criada pela ONU em 2004 e comandada pelo Brasil, cumpria importante papel na reconstrução desse Estado, como ficou evidente nas últimas eleições legislativas realizadas no país, em 2009.

Agora, com os holofotes voltados para o desastre, outros países saíram da sombra em busca de maior protagonismo no processo de reconstrução do país. Ajuda humanitária, sensibilização diante do sofrimento e da dor, senso de responsabilidade e solidariedade. Pode ser. Mas há também uma profunda disputa política internacional por poder, visibilidade e ascendência no mundo.

Os Estados Unidos são uma peça chave nesse tabuleiro. Já ocuparam e assumiram o controle sobre o aeroporto da capital haitiana, que neste momento é o centro nervoso do poder no país. Isto porque quem controla o aeroporto, controla quem entra e sai do Haiti. Determina quais ajudas receber e quais não receber. Controla o espaço aéreo, comando estratégico para qualquer nação.
O Ministério da Justiça prontamente se pronunciou sobre essa “intervenção” estadunidense. Nelson Jobim fez sua queixa diretamente à secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Sob a tutela dos EUA, o aeroporto já impediu a aterrissagem de aeronaves brasileiras e francesas.

Nunca é demais lembrar que o plano de constituição de bases militares dos Estados Unidos na América Latina vai de vento e popa e, nessa geografia, o Haiti pode ser mais um estratégico ponto de apoio.

Para não dizer que com uma intervenção mais direta os Estados Unidos lustram sua imagem internacional, desgastada por ocupações de destruição. Em particular, ganha Barack Obama que pode, com a missão no Haiti, criar um contraponto à política de seus antecessores e aparecer como o homem da paz – e, quem sabe, fazer jus ao prêmio Nobel recebido.

No próximo domingo, uma teleconferência no Canadá organizada pela ONU vai debater a situação do Haiti e o papel dos países no processo de ajuda humanitária e reconstrução. Não há como deixar de lado os objetivos políticos que cada nação tem nesse processo; seria inocente pensar assim. Mas esses objetivos não podem, de maneira nenhuma, se sobrepor ao objetivo central e número um que é resgatar a dignidade do povo haitiano.

14 de janeiro de 2010

ARIANO SUASSUNA critica a "desculhambação" daquilo que hoje chamam de 'forró'

Recebi do meu amigo Vinícius Fontenelle o e-mail tratando da valoroza opinião do atual Secretário Estadual de Cultura de Pernambuco, Ariano Suassuna. Incrível!!!
Nada que muitos já não saibam mas é que poucos falam de maneira tão precisa sobre o assunto. Ariano foi no fundamental. Mais clareza não há.
Reproduzo abaixo o artigo.
Boa Leitura e espero comentários de todos.

Ah... a propósito o sítio do Suassuna na net é www.arianosuassuna.com.br


CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá:
Calcinha no chão (Caviar com Rapadura),
Zé Priquito (Duquinha),
Fiel à putaria (Felipão Forró Moral),
Chefe do puteiro (Aviões do forró),
Mulher roleira (Saia Rodada),
Mulher roleira a resposta (Forró Real),
Chico Rola (Bonde do Forró),
Banho de língua (Solteirões do Forró),
Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal),
Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada),
Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca),
Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró),
Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró).
Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado, Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é: 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna

Observação:
O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calypso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de 'forró', e Ariano exclamou: 'Eita que é pior do que eu pensava'. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

5 de janeiro de 2010

Do Blog do Renato Rabelo: "Dilma se propõe a avançar nas mudanças"



Em sua coluna na última edição de 2009 do jornal Valor Econômico, a jornalista Rosângela Bittar alinha uma série de informações importantes a respeito da plataforma em gestação da pré-campanha presidencial de Dilma Rousseff, atual Ministra da Casa Civil do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A Ministra Dilma, em entrevista concedida ao Valor no início de dezembro passado, afirmou segundo o texto de Rosângela, que dará continuidade aos programas até agora em execução, mas buscará aprofundá-los. Aliás, este foi o conteúdo básico do pronunciamento da Ministra no ato político ocorrido durante o 12º. Congresso do PCdoB, no início de novembro.


Dilma relatou ao jornal a necessidade de ampliar o crédito, e para avançar nesta área seria vital criar mecanismos capazes de melhorar a capacidade de as empresas oferecerem garantias. O acesso barato à internet, o investimento forte em infra-estrutura urbana e a tenaz decisão de ampliar o serviço público são caminhos de um mesmo plano para manter o país em movimento a partir de 2010, assegurou a Ministra.


Ainda segundo a jornalista, tanto o presidente Lula quanto o grupo que faz prospecções para um eventual governo Dilma reconhecem que há um gargalo na administração pública atual: a elaboração de projetos de qualidade. Mesmo com a destinação de R$ 1 bilhão no PAC para a formulação de projetos, avaliações de hoje mostram que se passaram dois anos sem que o governo tivesse projeto consistente a financiar. Este diagnostico, afirma Rosângela, levou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a submeter à apreciação do presidente Lula e conseguir aprovação para a criação de uma unidade para gerência de produção de projetos, com sede no Ministério do Planejamento. A criação do sistema será em 2010, mas seu funcionamento somente se dará no próximo governo.


Elaborar os projetos, todos, dentro do governo, não seria possível afirma a colunista. Seriam necessários pelo menos mil engenheiros trabalhando em regime de tempo integral, e bem pagos para realizar a tarefa. Ao longo de 2010, no entanto, poderá ser montado um serviço de gerência com o objetivo de coordenar isto, seja por intermédio da Secretaria do Planejamento e Investimento, seja como uma unidade autônoma.


Fonte: http://www.vermelho.org.br/blogs/blogdorenato/