23 de agosto de 2013

Fernando Bunchaft, um estudioso da matemática de Karl Marx

Editora da Universidade Federal da Bahia lança Ciência, filosofia e política: uma homenagem a Fernando Bunchaft, com estudo inédito sobre os manuscritos matemáticos de Karl Marx

Ciência, filosofia e política: uma homenagem a Fernando Bunchaft

É conhecido o prejuízo que a ditadura militar de 1964 provocou para a cultura e a ciência no Brasil. Um dos capítulos da violência obscurantista pode ser revisitado agora no livro Ciência, filosofia e política: uma homenagem a Fernando Bunchaft, organizado por Olival Freire Júnior e Saulo Carneiro, que a Editora da UFBA acaba de lançar.

Bunchaft, filho de judeus refugiados no Brasil, foi um humanista, socialista, marxista. Nascido no Rio de Janeiro (1924; faleceu em Salvador, BA, em 2001), formou-se em engenharia e, depois de trabalhar no DNER, cursou Física da Universidade do Brasil (UFRJ), onde se formou em 1964. Devido a suas atividades no movimento estudantil foi expulso da Universidade do Brasil, após o golpe militar, e impedido de colar grau. Somente em 1999 a Universidade se retratou.

Fernando Bunchaft foi para o exílio, fixando-se em Nápoles com sua esposa Elizabeth Froes Bunchaft, (falecida em 2000); lá, lecionou no Instituto Nazionale de Fisica Nucleare. Voltou somente depois da anistia, em 1980, ingressando no Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia. Foi pesquisador nas áreas da relatividade, física, matemática, fundamentos de mecânica clássica e filosofia da física. Um de seus últimos artigos científicos analisou os manuscritos matemáticos de Karl Marx.

O livro organizado por Olival Freire Júnior e Saulo Carneiro traz dois artigos inéditos de Bunchaft (O significado gnoseológico e O conceito e o método de derivação nos manuscritos matemáticos de Marx: uma controvérsia).

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