6 de agosto de 2012

Exonerada furacão da CPI do Cachoeira. Denise Leitão Rocha era Assistente Parlamentar da 4ª Secretaria da Câmara e teria dito que o ato da exoneração é "machista e desumano"

O Senado formalizou nesta segunda-feira (6) a exoneração da assistente parlamentar da 4ª Secretaria Denise Leitão Rocha, que prestava serviço na CPI do Cachoeira para o
senador Ciro Nogueira (PP-PI). Advogada, Denise ficou nacionalmente conhecida depois da divulgação de um vídeo íntimo que circulou entre assessores do Congresso, motivo que a levou a ajuizar ação judicial contra o responsável pelo vazamento do material, gravado há seis anos – dois antes de ter iniciado o trabalho com Ciro. A ação corre em segredo de Justiça.

Classificando o ato de sua demissão como “machista e desumano”, Denise informou ao Congresso em Foco que ainda não conversou com o senador, mas que os termos da demissão também serão contestados judicialmente. Segundo Denise, o responsável pela violação já está identificado no processo sob sigilo judicial. Ela disse também que ainda terá uma reunião amanhã (terça, 7), por volta das 10h, com “toda a equipe” do gabinete de Ciro Nogueira, para então prosseguir com a demanda judicial.

Queixando-se da invasão de sua privacidade, Denise reclamou da “abordagem sensacionalista” feita por setores da imprensa. “Estou cansada desses jornais. A gente fala uma coisa, e eles colocam outra”, reclamou a advogada, para quem a opinião pública e até deputados e senadores têm manifestado repúdio à forma com que o assunto foi noticiado. Uma investigação foi aberta em uma das unidades da Delegacia da Mulher, em Brasília.

Membro da CPI do Cachoeira, Ciro Nogueira justificou a demissão como uma forma de proteger o trabalho de seu gabinete no Senado, em tese prejudicado depois da exploração do caso em nível nacional. A exoneração foi oficializada no Ato 2520 de 2012, subscrito pela diretora-geral do Senado, Doris Marize Romariz Peixoto, “tendo em vista o que consta no Processo 021061/12-2 [...] na forma do disposto no art. 35, inciso I, da Lei nº 8.112, de 1990”.

A advogada resumiu em uma frase como se sente depois do episódio. “Me sinto péssima”, descreveu Denise, que convalesce de uma cirurgia, devolvendo a pergunta à reportagem. “Se você fosse demitido nessa situação, como você se sentiria?”

Fonte: Congresso em Foco

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