3 de maio de 2012

Caso Décio Sá:Com 10 dias sem solução, irmã de jornalista cobra a presença da governadora do estado no apoio pela célere elucidação do crime

“O Maranhão precisa mudar. (...) Quem era amigo de Décio está aqui. Depois de 50 anos de oligarquia não conseguimos ter garantia mínima de segurança no Maranhão.” Foi esse o tom dado pela professora Vilanir Sá, irmã do jornalista Décio Sá, em discurso aos presentes na ‘Caminhada por Justiça e Paz’, no Dia do Trabalho, na Litorânea.
Uma plateia ampla e atenta, composta por pouco mais de 600 pessoas, ouviu da professora o que muitos ali jamais imaginariam ouvir num momento daqueles. Mas ouviram. E aqueles em que a carapuça coube engoliram a seco o que disse a professora, rachando a cabeça numa ‘lua de sol’ de meio dia.


Na caminhada, familiares, amigos de Décio e de outras vítimas de pistolagem, jornalistas, radialistas, blogueiros, políticos e curiosos irmanados por solidariedade. Todos ainda estarrecidos, muitos em choque, outros já procurando seguir sua rotina de vida normal após tudo o que aconteceu, sobretudo o assassinato do Jornalista Décio Sá.
A ‘professorinha’, no auge da sua experiência de 26 em sala de aula e atuando na Secretaria de Educação com alunos da Educação especial, rasgou o verbo. E foi bem entendida.

Quem lá estava e sentiu o retorno daquelas palavras pode ver também semblantes e ainda ouvir vozes concordantes. E o detalhe é que foi em ampla maioria aqueles que reagiram positivamente à fala da professora Vilanir.

A irmã de Décio Sá mandou um recado à governadora por meio dos familiares e não escondeu de ninguém a cobrança pública feita à governadora. Além de não ter comparecido ao velório, nem ao enterro, sequer à missa de 7º dia ou mesmo na caminhada, a governadora não veio a pública falar nada até o momento sobre todo o caso.

Assessores próximos afirmam que a governadora não estaria em pelna condição de saúde para no momento estar em aglomerações públicas, mas que o Estado estaria destinando todo o apoio necessário para a elucidação do crime.


Em seguida acabou a Caminhada com o locutor aos berros pedindo justiça e paz.

A reação veio em seguida, não da Governadora, mas do Secretário de Sáude, Ricardo Murad. Disse Ricardo em seu micro blog Facebook em tom inquisidor: “Vilanir Sá deveria dirigir sua revolta para aqueles que mesmo depois da morte de Décio continuam denegrindo sua imagem.”

Ricardo Murad no auge de sua ‘megalomania ariana’ emenda, bradando: “Muitos não conseguiam disfarçar o complexo que nutriam dele por ser negro, de origem humilde, jornalista competente que se firmou e entrou no seleto grupo de pessoas que fazem a diferença.”

Francamente!


Destemida, mas dessa vez em tom de conciliação, em entrevista ao radialista Alberto Leitão, na Rádio Capital AM, Vilanir disse claramente que “a voz dela (da governadora) é muito importante. Se ela disser alguma coisa no Rádio ou mesmo na TV, é importante.” Vilanir destaca que a governadora “precisa ter uma participação mais ativa, ter mais atitude, se mostrar mesmo.” para que vejam de verdade que a sociedade está unida no combate a todas as barbaridades trazidas pela violência.


E revelando ao mesmo tempo, que começa a se sentir sozinha, com “falta de apoio”, para fazer justiça ao irmão assassinado barbaramente, a professora e irmã do jornalista assassinado cobra uma vez mais a aparição pública da governadora buscando nela o apoio direto para a elucidação do crime e o reforço no combate à violência, aguçada no Maranhão nos últimos anos.
Hoje faz 10 dias do assassinato de Décio Sá sem nenhum avanço objetivo nas investigações.

A sociedade não deve baixar a guarda, caso contrário é o crime quem vai vencer essa guerra.

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