21 de abril de 2012

Chuva? É hora de 'poesiar'

O povo da Mata

Marden Ramalho
Homenagem a João Amazonas e todos os guerrilheiros do Araguaia




O povo da mata
Matou por amor à pátria.
É a vida e a morte pela história.
Não a morte pela morte.
É a morte pela pátria.
Pela liberdade.
É diferente.
E a diferença só se expressa na história,
Tática da dura vida estratégica.

João Carlos Haas Sobrinho (Juca)
André Grabois (Zé Carlos)


Estratégia de recontros de força.
Fustigamentos certeiros
Inigualável cantilena nos pernoites na mata.
Espíritos de guerra a prestar homenagens aos meninos
Que se transfiguram neste mar de rio
Nestas matas de entardecer Vermelho
Trampolim de epopeias por liberdades históricas
Araguaias de choques

Antonio CarlosTeixeira(Antônio)
Lúcia Maria de Souza(Sônia)

Tudo é mais vermelho.
Prenúncios de luta árdua.
Primórdios genéticos da guerra.
Oswaldão é estratégia e força.
É Como se fossem vários.
‘Os waldões’.
Guerreiros pra todas as horas.

Lúcio Petit da Silva (Beto)
Pedro Alexandrino de O. Filho (Peri)


Amazonas de intrépidas fugas de fustigações
Ataque aos sorrateiros
Que agem com a atitude suja das armas:
Em guerra de movimentos ascendentes,
Caminhos que levam à vida
E que deparam-se com a morte.


Helenira R. de Souza Nazareth (Fátima/ Nega)
Orlando Momenté(Landim)


Diário aberto de homens e mulheres livres
De sonhos simples
Mas sonhos fortes
Engrandecidos para nós hoje.

Jana Moroni Barroso (Cristina)
Paulo Roberto R. Marques (Landim)



Para sempre no coração
E na força de punhos
Engatilhados de brasileiros
Preocupados com o seu próprio tempo

Ângelo Arroio (Joaquim/J/Agenor)
Maurício Grabois (Mário)


Pressupostos implicadores de um tempo
De abnegados sentimentos
Combatentes das FGA


Dispostos a lutar e vencer dificuldades
Reerguer diante da fúria do ‘bate pau’
O punhal e o facão de glória
Lutas de um Brasil que tem história,
De um Brasil que é feliz
E que tem memória que canta seu povo
Na mata perfilada em horizontes de incertezas
Um menino na beira do córrego
Um guerreiro a beirar na estrada


A mata a açoitar o medo
O medo a assombrar o inimigo que nunca vem
Mas que está ali
Camaleonicamente instalado
...
Cabe a nós, como antes,
Manter alto a vida e o sentido do povo da mata:
Organizar e Libertar o homem.

Marden Ramalho
02 de julho de 2003

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