1 de fevereiro de 2012

Flávio Dino não será cabeça de chapa de qualquer jeito, embora tudo indique o contrário

O silêncio barulhento que vem mantendo o PCdoB quanto à tática a ser adotada pelo partido na corrida eleitoral de 2012 em São Luís é uma posição correta. A evolução histórica e a intensidade das disputas a que foram submetidas às oposições no estado ajudaram na construção do projeto de mudança em curso. Tal projeto elevou o PCdoB e Flávio Dino a algo decisivo na luta política: ser o anfitrião desse projeto. Não por um desejo apenas do PCdoB, mas também a expressão do voto popular e, por fim, a própria concretude das coisas.

Foto: Felipe Klamt

Fala-se que Flávio Dino não estaria ‘pessoalmente’ interessado nessa disputa agora, de um jeito ou de outro, e defenderia que apenas a união de muitos em torno de um projeto político e de um programa voltado para a cidade o faria declinar da posição de não disputar a cadeira da sala principal do Lá Ravardiére.
Trocando em miúdos: tem que ter gente. Não dá pra aventurar ou simplesmente marcar posição em si mesmo.
De política o PCdoB entende muito bem. É certo que Flávio Dino é nome potencialmente forte para enfrentar as urnas em outubro de 2012 pela sigla comunista. Seus desempenhos em 2008, em São Luís, e em 2010, ao Governo do Maranhão demonstraram isso não apenas em números, mas na própria mobilização do projeto. Isso leva a crer que Dino pode sim vir a ser 'o' candidato que unifique toda essa gente ávida por mudanças.
Quem acompanhou o amadurecimento da ideia de ser ou não ser candidato pela primeira vez a prefeito de São Luís de Flavio Dino, ou mesmo a candidatura ao governo do Maranhão, ali estava um obstinado, mas também um homem que sabe que sozinho não conseguirá. É preciso ter liga, pois programa já tem pontos estruturantes bem definidos.
Esta não é apenas uma tática, mas 'a' tática momentânea adotada pelos comunistas: preservar Flávio Dino das polêmicas estéreis, acumular força e 'liga' de militantes e apoiadores, para, em seguida tomar a decisão correta no momento certo, no tempo certo. Nessa quadra é isso que se apresenta.
Em conversas com dirigentes da legenda percebe-se que o que mais tem intrigado os comunistas é a indefinição no quadro sucessório. Ainda há uma nebulosa no cenário da disputa.
Nesse momento as forças estão vivendo o momento da acumulação, para daí partirem para o jogo no 'tete a tete'. É uma posição de força mesmo.
Já diz a sabedoria popular que 'Política é, como nuvem. Uma hora tá aqui, outra acolá'. Esse sentimento além de bastante popular é outro fato na composição do projeto. As movimentações por hora subterrâneas que acontecem no jogo bruto da sucessão do prefeito Castelo prometem, e logo deverão ganhar as ruas e os principais pontos e ambientes de disputa no município. Muitos procurando viabilizarem-se, outros apenas blefando no carteado eleitoral, tateando pelas veredas infinitas da política a garantia da velha e boa sombra e água fresca.
Aguardemos.


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