25 de fevereiro de 2011

Para as coisas ficarem mais claras: 'A Líbia e o imperialismo'


O petróleo é a finalidade

Muamar kadafi, líder do povo Sírio



De todas as lutas que agora decorrem no Norte de África e no Médio Oriente, a mais difícil de deslindar é aquela na Líbia.

Qual é o carácter da oposição ao regime Kadafi, a qual consta que agora controla a cidade de Bengazi, no Leste do país?

Será apenas coincidência que a rebelião tenha começado em Bengazi, a qual é a norte dos mais ricos campos petrolíferos da Líbia bem como próxima da maior parte dos seus oleodutos e gasodutos, refinarias e o seu porto de gás natural liquefeito (GNL)? Haverá um plano de partição do país?

Qual é o risco de intervenção militar imperialista, a qual apresenta grave perigo para o povo de toda a região?

A Líbia não é como o Egipto. Seu líder, Moamar Kadafi, não tem sido um fantoche imperialista como Hosni Mubarak. Durante muitos anos, Kadafi esteve aliado a países e movimentos que combatiam o imperialismo. Ao tomar o poder em 1969 através de um golpe militar, ele nacionalizou o petróleo da Líbia e utilizou grande parte do dinheiro para desenvolver a economia líbia. As condições de vida do povo melhoraram radicalmente.

Por isso, os imperialistas estavam determinados a deitar a Líbia abaixo. Os EUA em 1986 realmente lançaram ataques aéreos a Trípoli e Bengazi que mataram 60 pessoas, incluindo a menina filha de Kadafi – o que raramente é mencionado pelos media corporativos. Foram impostas sanções devastadoras tanto pelos EUA como pela ONU a fim de arruinar a economia líbia.

Depois de os EUA invadirem o Iraque em 2003 e arrasarem grande parte de Bagdad com uma campanha de bombardeamento que o Pentágono exultantemente chamou "pavor e choque", Kadafi tentou evitar a ameaça de outra agressão à Líbia fazendo grandes concessões políticas e económicas ao imperialismo. Ele abriu a economia a bancos e corporações estrangeiras; concordou com exigências do FMI quanto ao "ajustamento estrutural", privatizando muitas empresas estatais e cortando subsídios do estado a necessidades como alimentos e combustível.

O povo líbio está a sofrer dos mesmos preços elevados e desemprego que estão na base das rebeliões em outros lados e que decorre da crise económica capitalista mundial.

Não pode haver dúvida de que a luta que varre o mundo árabe pela liberdade política e a justiça económica também tocou um ponto sensível na Líbia. Não há dúvida de que o descontentamento com o regime Kadafi está a motivar uma secção significativa da população.

Contudo, é importante para gente progressista saber que muitas das pessoas que estão a ser promovidas no Ocidente como líderes da oposição são há muito agente do imperialismo. A BBC mostrou em 22 de Fevereiro filmes de multidões em Bengazi deitando abaixo a bandeira verde da república e substituindo-a pela bandeira do antigo rei Idris – que foi um fantoche dos EUA e do imperialismo britânico.

Os media ocidentais baseiam grande parte das suas reportagens sobre supostos factos fornecidos pelos grupo exilado Frente Nacional para a Salvação da Líbia (National Front for the Salvation of Libya), a qual foi treinada e financiada pela CIA estado-unidense. Pesquise no Google o nome da frente mais CIA e encontrará centenas de referências.

O Wall Street Journal de 23 de Fevereiro escreveu em editorial que "Os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubarem o regime Kadafi". Não há qualquer conversar nas salas das administrações ou nos corredores de Washington acerca de intervir para ajudar o povo do Kuwait ou da Arábia Saudita ou do Bahrain a derrubarem seus governantes ditatoriais. Mesmo com todos os falsos elogios às lutas de massas que agora sacodem a região, isso seria impensável. Em relação ao Egipto e à Tunísia, o imperialismo está a mover todas as alavancas que podem para tirar as massas das ruas.

Tão pouco houve qualquer conversa de intervenção dos EUA para ajudar o povo palestino de Gaza quando milhares morrerem por serem bloqueados, bombardeados e invadidos por Israel. Exactamente o oposto. Os EUA intervieram para impedir a condenação do estado colonizador sionista.

O interesse do imperialismo na Líbia não é difícil de descobrir. Em 22 de Fevereiro a Bloomberg. com escreveu: se bem que a Líbia seja o terceiro maior produtor de petróleo da África, é o país do continente que tem as maiores reservas provadas — 44,3 mil milhões de barris. É um país com uma população relativamente pequena mas com potencial para produzir enormes lucros para as companhias de petróleo gigantes. É assim que os super ricos a encaram e o que está por trás da sua apregoada preocupação com os direitos democráticos do povo da Líbia.

Obterem concessões de Kadafi não é suficiente para os barões imperialistas do petróleo. Eles querem um governo sob a sua dominação total, tudo do bom e do melhor. Eles nunca esqueceram Kadafi por derrubar a monarquia e nacionalizar o petróleo. Fidel Castro, em Cuba, na sua coluna "Reflexões" regista o apetite do imperialismo por petróleo e adverte que os EUA estão a lançar as bases para a intervenção militar na Líbia.

Nos EUA, algumas forças tentam mobilizar uma campanha a nível de rua promovendo uma tal intervenção estado-unidense. Deveríamos opor-nos a isto totalmente e recordar a qualquer pessoa bem intencionada os milhões de mortos e deslocados pela intervenção dos EUA no Iraque.

As pessoas progressistas têm simpatia com o que encaram como um movimento popular na Líbia. Podemos ajudar tal movimento principalmente pelo apoio às suas exigências justas mas rejeitando uma intervenção imperialista, seja qual for a forma que assuma. É o povo da Líbia que deve decidir o seu futuro.

Fonte:www.outroladodanotícia.com.br.
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23 de fevereiro de 2011

Trabalhadorese em educação do Estado decidem por greve a partir do dia 1º de Março



Mais uma vez, os trabalhadores em educação aprovaram o indicativo de greve para o próximo dia 1º de março. A decisão por paralisar as atividades educacionais em todo o Estado, foi tomada em assembléia regional de São Luis realizada nesta quarta-feira, (23), pela manhã, na sede da Fetiema, (Praça da Bíblia).

Com esta convocação, somam-se dezoito (18) reuniões em que a categoria optou por paralisar suas atividades por tempo indeterminado, caso o governo estadual não demonstre disposição em negociar as políticas para aprovação e implantação do Estatuto do Educador e do Plano de Cargos Carreiras e Salários dos Trabalhadores (PCCR),razão pela qual os trabalhadores, vem buscando consenso desde 2009.

No final do ano passado, o SINPROESEMMA tentou junto à Assembleia Legislativa a inclusão de recursos no orçamento 2011. Apoiou duas emendas parlamentares, mas a base governativa rejeitou a proposição. A aprovação e aplicação do Estatuto do Educador, incluindo professores, especialistas e funcionários de escola, é um dos 22 itens da pauta de reivindicações entregue no mês de janeiro, aos secretários estaduais presentes em reunião realizada em janeiro passado.

Como a direção do sindicato não concorda com a última proposta apresentada pelo governo, na qual o PCCS só seria aprovado e implementado a partir de 2012 e com percentuais de reajuste nos salários pagos de forma escalonada, até 2015, a proposta de greve foi apresentada à categoria, que vem discutindo a questão desde o dia 17, numa programação de assembléias, que encerra no próximo dia 26, (sábado), com a reunião de Imperatriz.

Plano de Carreiras

No ponto de vista do presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, o governo do Estado foi alertado da necessidade de implantar a carreira por meio do PCCR, mas não houve resposta para tal proposta, o que culminou com a mobilização dos trabalhadores em todo o Maranhão e a proposição de greve que já vinha sendo discutida desde o final do ano passado (2010), caso não houvesse entendimento entre as partes.

Ele explica que não há como abrir mão da implantação de um novo Estatuto do Educador e da tabela que será atualizada de acordo com o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da Educação), em 2011.

“A disposição dos companheiros é de enfrentar um tema de tão grande relevância que é o Piso Salarial Nacional como uma necessidade vital para a rede pública de ensino do Estado”, destacou o presidente, quando afirma que os trabalhadores de São Luis, se incorporam, ao sentimento geral da categoria que é o debate com o governo.

O presidente Júlio Pinheiro declara que a direção do Sindicato está aberta ao diálogo com o governo, de forma franca e aberta. “Não fechamos as portas para o governo”, disse, ao finalizar, conclamando a todos a participar a participar do movimento.

Fonte:www.sinproesemma.org.br

21 de fevereiro de 2011

Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba abre inscrições para seleção



A Coordenação dos Exames de seleção para a EICTV no Brasil comunica
que estão abertas até o dia 11 de março as inscrições para o Processo
Seletivo 2011 / 2014 para a Escola Internacional de Cinema e TV de
Cuba. As provas serão aplicadas nos dias 18 e 19 de março, em cinco
cidades: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC), Goiânia
(GO) e Belém (PA).

Serão oferecidas sete especializações – Direção, Produção, Roteiro,
Fotografia, Som, Documentário e Edição. Cada candidato deverá optar
por uma destas especializações.

Do Brasil, serão selecionados de quatro a seis candidatos que irão
fazer parte de um grupo de 40 estudantes de todo o mundo,
principalmente da América Latina. O curso tem duração de 3 anos. O
início está previsto para setembro de 2011 e término em julho de 2014.

Os interessados da região Nordeste poderão fazer a prova no Recife, no
dia 19 de março, na Faculdade Maurício de Nassau/Centro Superior de
Tecnologia na Rua Fernandes Vieira, 110 – Boa Vista/Centro – Recife –
PE, Sala 210.

Inscrições:
As fichas de inscrição estão disponíveis na internet através dos sites
da Associação Curta Minas / ABD-MG (www.curtaminas.com.br), da Página
21 / PE (www.pagina21.com.br), da AGEPEL / GO (www.agepel.go.gov.br),
do Instituto Selvino Caramori / SC (www.instselvinocaramori.org.br) e
do blog www.eictvpara.blogspot.com.

Após o preenchimento, a ficha de inscrição deve ser enviada por e-mail
para eictvbrasil@gmail.com.

19 de fevereiro de 2011

Helena Bonciani Nader assume presidência da SBPC



A biomédica Helena Bonciani Nader é a nova presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Ela substitui o matemático Marco Antonio Raupp, que se afasta do cargo para ocupar a presidência da Agência Espacial Brasileira.

Helena era, até agora, primeira vice-presidente da diretoria, posto para o qual foi eleita em junho de 2009.

A nova presidente é professora titular da Unifesp, membro titular da Academia de Ciências de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências.

Já exerceu várias funções administrativas, entre elas a de pró-reitora de Graduação e de Pós-Graduação da Unifesp, professora visitante da Loyola Medical School, University Chicago – Stritch School of Medicine, Instituto Scientifico di Chimica e Biochimica G. Ronzoni (Milão) e Opocrin Research Laboratories (Modena).

A gestora é bacharel em Ciências Biomédicas pela Unifesp, com doutorado em Biologia Molecular na mesma instituição e pós-doutorado na University of Southern California.

Os demais diretores da SBPC seguem nos cargos atuais até o fim do mandato, em julho próximo.

Fundada em 1948, a SBPC atua em pesquisas e atividades ligadas ao avanço científico e tecnológico, de desenvolvimento educacional e cultural.

Com sede em São Paulo, a entidade está presente nos demais estados brasileiros por meio de secretarias regionais e representações oficiais em mais de 30 conselhos e comissões do governo federal.

Ao todo, a rede congrega cerca de 90 sociedades científicas associadas e mais de dois mil sócios ativos.

18 de fevereiro de 2011

Amor, luta e poesia em devoção a São Luís. Por Gerson Pinheiro de Souza

Publico nessa sexta poema recebido outro dia, do Geógrafo, Secretário de Organização do PCdoB aqui no Maranhão, membro do Comitê Central do PCdoB e poeta Maranhense, Gerson Pinheiro de Souza.

"Aí vai minha Ilha!!! Pra todos que vivem devotando paixão a ti! Teus filhos, teus amantes!", diz Gerson (Foto) quando do envio da postagem poética.

DERRAMAR


Causos sorvidos em cantos

Becos que alargam o olhar

Saciar-me em tuas fontes

Desvendar teus horizontes

Despertar teus maracás.



Náufrago de teus encantos

Permita meu navegar

Águas morenas delgadas

Crioulas tamborilantes

Cadências de meu sonhar.



Viajante de tuas rias

Em lento serpentear

Circundar lodos, areias

Profanar tão belas veias

Tuas sereias despertar.




Lumiar com lamparina

Em teus porões vasculhar

O escuro de minha sina

Invadir os teus segredos

Neles os meus encontrar.




Tua magia de Ilha

Em orgasmos derramar

Segredos, glórias e medos

A luzir dos teus faróis

Num eterno clarear.




Quando for grande a prenhes

De tanto sorver e gestar

Encerra meu garnicê

Deixa cumprir meu dever

Por sobre te baldear.



Pinheiro de Souza

12 de fevereiro de 2011

O povo derrotou a ditadura: Mubarak e o vice renunciam



No 18º dia de protestos, o chefe do regime ditatorial do Egito, Hosni Mubarak, declarou a renúncia ao cargo de presidente, após 30 anos de permanência no cargo. O anúncio foi feito pelo vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, que também apresentou sua renúncia.

O povo está em festa nas ruas do Cairo e em todo o país. As gigantescas manifestações populares abriram o caminho à democratização do país e mudanças sociais e políticas mais profundas.

O desfecho é uma derrota não só do ditador como também, e principalmente, do imperialismo estadunidense e de Israel, que até ontem clamava ao mundo por apoio a Mubarak.

Os Estados Unidos se comportaram feito barata tonta ao longo dos últimos dias, com sinalizações contraditórias, mas sem nunca colocar em questão o apoio ao ditador, um velho e fiel aliado do império e de Israel.

Renúncia surpreende

Os milhares de manifestantes que estavam reunidos na praça Tahrir, no centro da cidade do Cairo, comemoraram a decisão. Uma multidão foi às ruas de várias cidades do Egito no início da noite no país, para festejar a decisão.

A surpreendente renúncia do ditador, que na noite de quinta-feira em um discurso à nação assegurava que se manteria no cargo até as eleições de setembro próximo, ocorreu no momento em que se encontrava com sua família no balneário de Sharm El-Sheikh, na costa do Mar Vermelho.

Até a semana passada, a repressão policial às manifestações causou a morte de pelo menos 300 pessoas — segundo um relatório não confirmado da ONU — e milhares de feridos, de acordo com fontes oficiais e médicas do país.

Uma explosão de protestos nesta sexta-feira (11) em rejeição ao "fico" do chefe do regime aparentemente fez com que os militares agissem e forçassem a queda de Mubarak e de seu vice-presidente.

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas ao longo do dia em várias cidades do país em protesto pela permanência de Mubarak na presidência. Manifestantes cercaram o palácio presidencial no Cairo e em Alexandria e cercaram também o edifício da TV estatal. Um governador de uma província do sul foi pbrigado a fugir diante das manifestações realizadas contra o poder vigente.

Este foi o dia das maiores manifestações do levante iniciado em 25 de janeiro, quando todos os setores da sociedade civil se uniram para ir às ruas em protesto contra a permanência de Mubarak.

"Diante das graves circunstâncias que o país atravessa, o presidente Mubarak decidiu deixar o cargo de presidente da república", anunciou em tom grave na TV estatal o ex vice-presidente Suleiman. "Ele designou as o Conselho Supremo das Forças Armadas para dirigir de agora em diante o Estado".

Com agências

Fonte: www.vermelho.org.br

10 de fevereiro de 2011

Do Portal Vermelho: 'Política econômica conservadora impede a valorização do mínimo'



O pano de fundo da batalha política em curso sobre o novo valor do salário mínimo é a política econômica conservadora, na opinião do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes. “É em nome dela que se nega o aumento real”, argumenta o sindicalista em entrevista concedida nesta quarta-feira (9) ao Vermelho.

Wagner sustenta que as centrais não vão recuar. “Já que a presidente Dilma fechou as portas à negociação do tema vamos pressionar o Congresso e intensificar a mobilização das bases”, afirmou. Na próxima terça-feira (15), os sindicalistas prometem realizar uma concentração no auditório Nereu Ramos da Câmara Federal, em Brasília, pelo mínimo de R$ 580 (o governo propõe R$ 545). No mesmo dia, o presidente da CTB vai se reunir com as bancadas do PSB e PCdoB no Congresso para esclarecer a posição das centrais e pleitear a solidariedade dos parlamentares à luta dos trabalhadores.

Confira a entrevista:

Vermelho: O que levou o governo a encerrar as negociações com as centrais sobre o salário mínimo?
Wagner Gomes: A avaliação que a CTB e também as outras centrais fazem é que a equipe econômica do governo Dilma prioriza o pagamento de juros em vez de investir na produção, no crescimento e na valorização do salário mínimo. Nós estamos convencidos de que a raiz do problema é este, ou seja, é a política econômica baseada no superávit primário, câmbio flutuante e juros altos que colide com as demandas dos sindicatos. Os juros consomem mais de um terço do orçamento público e como a verba é limitada o governo corta outras despesas para encher o bolso dos rentistas. O salário mínimo entra nesta conta, mas os problemas não ficam aí. A política econômica conservadora joga contra o desenvolvimento nacional e pode levar o país à estagnação.

Vermelho: E existe alternativa? Qual a proposta do movimento sindical?
WG: O governo e os economistas ligados ao sistema financeiro dizem que não há alternativa. A ideologia que o mercado vende é esta, apresentada como verdade absoluta. Mas nós não concordamos. Sabemos que existem alternativas. É notório, por exemplo, que em muitos países a taxa de juros é bem mais baixa que no Brasil, que pratica os juros reais mais altos do mundo. A China e outras nações controlam o câmbio e o fluxo de capitais. A atual política econômica ainda tem um forte viés neoliberal e não é tão racional quanto se imagina. A única explicação plausível para sua manutenção são os interesses da oligarquia financeira, pois não restam dúvidas de que ela promove uma perversa e brutal transferência de renda em prol dos credores.

Defendemos a mudança da política econômica, com redução das taxas de juros, fim do superávit primário, controle do câmbio e do fluxo de capitais, incluindo remessas de lucros e dividendos. Entendemos que a valorização do trabalho, e especialmente do salário mínimo, é essencial. A experiência dos últimos dois anos evidenciou o papel notoriamente positivo do aumento real do salário mínimo para o crescimento econômico. Todos reconhecem hoje que a valorização do mínimo contribuiu decisivamente para amortecer os impactos da crise mundial do capitalismo no Brasil, pois fortaleceu o mercado interno e compensou, em grande medida, a dramática queda das exportações.

Vermelho: Representantes do governo alegam que as centrais estão rompendo o acordo em torno da política de valorização do mínimo, que reajusta o salário de acordo com a evolução do PIB de dois anos atrás. Uma vez que não teve crescimento em 2009 não se justificaria aumento real.
WG: É uma cortina de fumaça. O problema não é o acordo, mesmo porque o ex-presidente Lula e a presidente Dilma prometeram pessoalmente às seis centrais que em 2011 haveria um aumento real do mínimo, apesar da estagnação do PIB em 2009. Este acordo verbal ocorreu durante a campanha, em São Paulo, no dia 13 de outubro de 2010, em São Miguel Paulista. A verdade é outra. É a política econômica conservadora que impõe cortes no orçamento e impede a valorização do salário mínimo [o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje redução de R$ 50 bilhões nos gastos públicos].

A política econômica conservadora não começou com Dilma, mas imaginávamos que o novo governo seria mais sensível à necessidade de mudança neste terreno. Infelizmente, não é o que se verifica.

Vermelho: Quais os próximos passos nesta luta?
WG: Uma vez que o governo fechou as portas à negociação vamos para o Congresso fazer a disputa política. Acredito que o salário mínimo é um divisor d´água e que não é apenas um problema sindical. A peleja em torno do seu valor em 2011 revela o caminho que o governo pretende seguir e com o qual não concordamos, somos contra. Nossa luta não se resume ao mínimo. Queremos uma política econômica que prioriza a produção, o desenvolvimento e a distribuição de renda. Batalhamos por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, democracia e valorização do trabalho.

Na terça-feira (15), a convite da deputada Ana Arraes (PSB-PE), debaterei o tema com a bancada do Partido Socialista na Câmara Federal. Depois pretendo conversar com os deputados do PCdoB. No mesmo dia, as seis centrais realizarão uma concentração no auditório Nereu Ramos para pressionar os parlamentares. Vamos intensificar o processo de mobilização e conscientização das bases, que já foi deflagrado com as paralisações promovidas pelos metalúrgicos de São Paulo. Uma coisa é certa. A luta continua. Não vamos capitular à pressão do Planalto.

De São Paulo, Umberto Martins

8 de fevereiro de 2011

Mostra apresenta brincantes mirins sob as lentes de Murilo Santos



A exposição “Para as Crianças? Tudo!”, do cineasta e fotógrafo Murilo Santos permanece em cartaz na Galeria Zaque Pedro até o dia 28 de fevereiro. A mostra traz registros onde os principais protagonistas são brincantes mirins da cultura popular do nosso Estado.

A instalação traz 25 fotografias coloridas com dimensão de 30 x 45 cm, com imagens que vão do desfile no Carnaval de Passarela ao Império da Festa do Divino. São verdadeiros recortes do universo mágico das manifestações populares, que retratam crianças e adolescentes, brincantes e atuantes dos espetáculos folclóricos.

“Esses brincantes mirins são capazes de encarnar as características de cada manifestação e conferem um brilho a mais para as apresentações dos grupos folclóricos”, destaca Murilo Santos.

O público poderá conferir a exposição de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A Galeria Zaque Pedro, órgão vinculado à Fundação Municipal de Cultura (Func), fica localizada na Rua do Ribeirão, nº 395 – Centro.

Fonte:ASCOM - FUNC/ São Luís

7 de fevereiro de 2011

'Carta Capital' repercute: Egito: o fiel da balança para Israel e Irã



Reproduzo texto de Viviane Vaz, de Jerusalém, na Carta Capital

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acena aos árabes e promete aceitar construções palestinas em Jerusalém Oriental; o líder religioso iraniano, Ali Khamenei, garante que o protesto no Egito é “despertar islâmico”


Israel e Irã, dois países no Oriente Médio formados por uma maioria de não-árabes, observam com atenção à crise política no Egito. Por um lado, o governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, teme que a queda da ditadura do egípcio Hosni Mubarak abra caminho para um governo radical islâmico que dê fim ao tratado de paz entre Israel e Egito, um dos poucos países árabes que reconheceu suas fronteiras. Por outro, de olho na oposição interna, o regime islâmico do Irã tenta convencer o mundo de que a onda de protestos no Egito se deve “ao acordar do Islã” no Oriente Médio. “Os faraós costumam ouvir a voz da nação quando já é muito tarde”, disse no fim de janeiro o líder da oposição iraniana, Mir Hossein Mousavi, para quem o atual sistema em Teerã também correria o risco de ser derrubado.

Procurado pela Carta Capital, o analista iraniano residente em Tel Aviv, Meir Javendanfar, destacou que o fato de milhares de egípcios desafiarem as forças de segurança e irem para as ruas para exigir mais posto de trabalho “deve ter deixado os líderes iranianos nervosos”. “A situação econômica no Irã está se deteriorando. Mudanças recentes no programa de subsídios aumentaram o preço dos alimentos e de outras commodities”, diz Javendanfar. No âmbito político, o analista iraniano recorda que o presidente Mahmud Ahmadinejad foi reeleito em um processo controverso, visto por milhões como fraudulento. “Há um número crescente de iranianos que também consideram viver sob uma ditadura”, compara.

Em Israel, a preocupação da coalização de governo de Netanyahu é com a segurança das fronteiras. Em entrevista à CNN na quinta-feira, o porta-voz da Irmandade Muçulmana no Egito, Mohamed Morsy, se esquivou de afirmar se o grupo opositor à ditadura de Mubarak estava de acordo em manter o tratado de paz do Egito com Israel, mencionando apenas que Israel falhou em honrar o tratado.

Em artigo publicado pelo Asian Times, o embaixador indiano M.K Bhadrakumar ressalta que o acordo de paz entre Israel e Egito assinado em 1979 permitiu a Israel aumentar os gastos com defesa e concentrar as forças armadas “no chamado front norte –Síria, Líbano e Irã– e nos assentamentos palestinos”. “A incerteza no Egito os leva a necessitar um maior deslocamento de forças no sul, especialmente no corredor entre o Sinai e Gaza, que as guerrilhas palestinas utilizam como fonte de abastecimento”, afirma Bhadrakumar. O fornecimento de gás é outro tema que preocupa Israel. Na sexta-feira, Netanyahu garantiu que as reservas de Leviatã e Tamar satisfaziam as necessidades do país para os próximos 10 anos, mas reconheceu que ainda dependiam do gás proveniente do Egito. No dia seguinte, desconhecidos explodiram o gasoduto egípcio que fica no monte Sinai e abastecia Israel.

Islã na política

Para o filósofo esloveno, Slavoj Žižek, cujo artigo foi publicado na íntegra pela Carta Capital, as revoltas na Tunísia e no Egito refletem a “conspícua ausência do fundamentalismo muçulmano”. “Na melhor tradição secular democrática, o povo simplesmente se revoltou contra um regime opressor, sua corrupção e pobreza, e exigiu liberdade e esperança econômica”, diz. No entanto, nas palavras do supremo líder religioso do Irã, aiatolá Ali Khamenei, os eventos no norte da África, Egito e Tunísia tem um “significado especial”. “É o mesmo que o ‘despertar islâmico’, que resultou na vitória da grande revolução da nação iraniana”, disse Khamenei hoje, de acordo com a agência de notícias oficial Irna.

Para o professor de Ciências Políticas da Universidade de Teerã, Mohamed Marandi, a Irmandade Muçulmana é atualmente o ator político mais organizado do Egito. “A Irmandade Muçulmana é o grupo opositor mais importante no país e tem desempenhado um papel chave no atual levante. Então, obviamente eles jogarão um papel central no futuro político do Egito”, disse Marandi em entrevista à Carta Capital. “Se o atual regime cair, eles provavelmente liderarão o Egito para longe da hegemonia ocidental e americana e advogarão uma maior independência cultural e intelectual do Ocidente”, completou.

Marandi considera ainda que os iranianos veem os eventos no Egito, Tunísia e Líbano como o enfraquecimento da hegemonia ocidental no Oriente Médio e no norte da África e fortalecer os laços do Irã na região. Os iranianos esperam melhorar o diálogo com o Egito após a queda do ditador. Em telegramas diplomáticos vazados pelo Wikileaks em 2010, Mubarak teria dito que os líderes iranianos são “grandes, gordos mentirosos” e que apoiariam o terrorismo.

Netanyahu, por sua vez, tenta evitar o completo isolamento e acena melhorar o diálogo de Israel com os árabes palestinos. Em encontro com o Quarteto para o Oriente Médio (EUA, Rússia, União Europeia e ONU) na sexta-feira, mesmo sem o apoio do chanceler Avigdor Lieberman, Netanyahu concordou com a proposta de construção de mais residências para palestinos na parte leste de Jerusalém e aliviar o bloqueio em Gaza para entrada de materiais de construção. Hoje, o secretário de Defesa britânico, Liam Fox, explicitou o argumento de que a “solução de dois Estados – um seguro e universalmente reconhecido Israel, junto como o estado palestino contíguo – é importante para dissipar a influência política maligna do Irã na região”.

Fonte: Carta Capital

4 de fevereiro de 2011

Marambaia lança samba enredo neste domingo. Escola tem como tema ‘ Igaraú, um santuário entre nós’

A Sociedade Recreativa Escola de Samba Marambaia promove festa de lançamento do samba enredo para o carnaval 2011, neste domingo, 06 de fevereiro, a partir das 17 horas, em sua sede, localizada na Rua Professor Mata Roma s/n, próximo ao Parque Amazonas, ao lado do Ginásio Guiolberto Alves, no bairro de Fátima.

O samba enredo ‘Igaraú, um santuário entre nós’ é uma criação do compositor Dennylson Melodia, é dele também a concepção dos figurinos e dos desenhos de alegorias.

A festa terá a participação musical dos grupos de pagode Vamu di Samba, Moleque Travesso, Sindicato de Valdinar, Regional 310 (Máquina de Descascar’alho), Espinha de Bacalhau, Arco-Íris, blocos tradicionais Tremendões, Os Magnatas e o ritmo forte da bateria da Marambaia.

A direção artística da escola adiantou que durante a festa será feita a apresentação dos desenhos de figurinos e de todo projeto do carnaval.


Sociedade Recreativa Escola de Samba Marambaia

CARNAVAL DE 2011

Enredo:Igaraú, um santuário entre nós

Compositor: Dennylson Melodia

Nessa festa abençoada
Rufam os tambores do terecô
Que juntou os nossos sangues
Na alegria e na dor
Nestas águas claras eu vou!
Respirar o canto da vida
Entre sombras e serenas
De exuberantes mananciais
Essa terra de belezas
De juçaras e buritizais.

Canta, canta o uirapuru pra salvar o mundo
Nossa gaia, nossa mãe rogai por nós.
Maria de Belém, mãe terecô
Ai quê, elô, subaquelô.

IGARAÚ, verde tesouro
Mãe natureza, fauna e flora
Forte riqueza a preservar
O meu cantar desperta faz ecoar
O branco, o negro, o índio
Que fez o seu destino
Tambor de criola, lelê, terecô o divino vai passar
Terra que amaná energia
Lendas de amor e magia
Heranças culturais
De um povo guerreiro que soube fazer e faz!

A MARAMBAIA dá o tom
Em homenagem a essa gente
em um samba divinal mostrando seu ritual
IGARAÙ em nosso carnaval

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Para saber mais:

Dona Célia: 3253 5115

Denylson Melodia: 8863 2836/32533847