29 de agosto de 2011

Artigo do Presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, trata da greve e os caminhos dos trabalhadores da Educação do Maranhão



A luta dos trabalhadores em Educação

O potencial dos trabalhadores da educação foi posto a prova na segunda maior greve da categoria da rede estadual de ensino. Com efeito político e uma representatividade agigantada, fez os olhos, mentes e sentimentos se aguçarem na mais firme disposição de enfrentamento que vimos, nos últimos anos, na categoria de educadores da rede estadual.


Mas, por que se fizeram fortes numa empreitada, a olhos nus, difícil de construir? O que resultou com o fim da greve de 78 dias? Como o governo do Estado se comportou? Como os setores da oposição ao sindicato se posicionaram? E a categoria, no geral, se mantém firme para as próximas batalhas? Qual o significado dessa luta para transformação da sociedade?


O sentido do movimento se fez construir devido a uma escalada de ações do sindicato, ao longo dos últimos dez anos, fazendo-se valer das premissas, ora de identidade da categoria, ora pelos vínculos, espaços e relações construídas na categoria devido ao assalariamento semelhante e às reivindicações como base na construção dos direitos sempre negados pelos sucessivos governos.


De acordo com Sadi Rosso, identidade e reivindicação estão na base da construção de organizações que coordenam a luta por direitos e lutas mais amplas em relação à expansão e à qualidade da educação na sociedade. Ao definir bandeiras de lutas, a categoria assume postura política. Um debate posto em qualquer greve, pelo governo ou mesmo pelo grupo de oposição, tenta rotular a direção do sindicato de politizar o movimento.


O cerne da questão passa pelo poder político constituído. Se o pensamento que está no comando do Estado nega direitos, o questionamento deve ser feito como condição natural da batalha em curso. O que é preciso é não confundir bandeiras políticas de cunho partidário com as bandeiras resultantes de demandas da categoria, reprimidas pela omissão dos governos, além da luta mais geral, que se conforma no movimento real da sociedade, à qual fazemos parte dela também.


É importante ressaltar que em todos os momentos o governo tentou usar desse expediente como forma de escamotear os reais motivos da greve. Com isso, tentou confundir a opinião pública e fazer terror com ações de bastidores.


Cabe também frisar que, a exemplo do estado, setores oposicionistas também se utilizaram das mesmas artimanhas do governo na tentativa de desgastar a direção do sindicato com um objetivo muito claro: medir força com a direção, antecipar o debate eleitoral e naturalmente dividir a categoria.

Publicação do Acórdão é uma realidade

Depois desse processo de luta, a trincheira é continuar com a mesma determinação e disposição, fazendo valer a pauta apresentada ao governo, no inicio de 2010, e os compromissos assumidos em documento assinado pelo governo mediante o consentimento da categoria, no final da greve de 2011. Por outro lado, faz–se necessário, com brevidade, compor um calendário e prepará-lo com o objetivo de pressionar o governo enquanto o novo estatuto e o Piso não forem cumpridos. Agora, mais do que nunca, são necessários esforços coletivos, porque o Piso Salarial é uma realidade e o Acórdão publicado passa a valer em 30 dias o Piso e em 60 dias a aprovação do novo Estatuto do Educador.


Como norteadores das ações da categoria, valem os temas que estão na ordem do dia, que devem, por sua natureza, serem priorizados por delegacias e núcleos do sindicato. É o caso do novo Plano Nacional de Educação (PNE) e em seguida Plano Estadual de Educação (PEE) e os Planos Municipais de Educação (PME).


Fonte: www.sinproesemma.org.br

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